Lixo misturado não será mais coletado. Custos com a separação errada de resíduos orgânicos e recicláveis somam mais de R$ 300 mil ao ano
Um levantamento realizado pela Prefeitura de Quatro Barras apontou que aproximadamente 50 toneladas de materiais recicláveis têm sido enviadas ao aterro sanitário todos os meses. A estatística traz duas conclusões preocupantes: a primeira diz respeito aos gastos desnecessários com a destinação desse lixo e a segunda demonstra a falta de preocupação da população na tarefa de separar corretamente o resíduo orgânico do reciclável.
Em números, o volume de resíduos que poderia ser reciclado - mas não é - pela falta de separação acarreta um prejuízo de quase R$ 50 mil aos cofres públicos todos os anos. “Estamos pagando caro para enterrar materiais que poderiam gerar renda para as associações de reciclagem”, disse o diretor de Meio Ambiente, Ezequiel Zatoni Mocelin.
O levantamento foi elaborado pela Prefeitura em conjunto com as estagiárias do CEEP Newton Freire Maia - Larissa Subtil, Natalli Godinho e Thainá Ferreira, do 4º ano do Curso Técnico em Meio Ambiente - que fizeram um estudo de caso no bairro Jardim Menino Deus analisando a fundo a rotina da coleta e o comportamento da população quanto à separação dos resíduos.
As equipes ainda identificaram que o saco azul, oferecido gratuitamente pela Prefeitura para descarte de materiais recicláveis, tem sido usado de forma errada. O levantamento apontou que aproximadamente 12 toneladas de resíduos orgânicos e rejeitos (restos de comida, fraldas, absorventes) têm sido misturados aos recicláveis todos os meses.
A consequência disso é o aumento dos custos com a aquisição do saco azul e também o aumento de trabalho e riscos de contaminação aos trabalhadores das associações de reciclagem. “Além de misturar o lixo orgânico com o reciclável, a população ainda tem utilizado o saco azul para outras finalidades diferentes de acomodar o lixo, gerando altos custos ao município”, alertou o diretor de Meio Ambiente.
Diante dos números, a Prefeitura lança já nesta semana a campanha educativa "Lixo misturado não será coletado", que visa conscientizar a população quanto a sua responsabilidade em separar corretamente o lixo e reduzir o volume de materiais recicláveis destinados ao aterro, reduzindo também os custos ao município com a separação errada, que somam cerca de R$ 300 mil ao ano.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura lembra o que diz a legislação sobre o tema. Os artigos 89 e 96 do Código de Posturas Municipal, Lei 002/2007, esclarecem o papel da população e da Prefeitura nesta questão: a responsabilidade pela separação correta é do gerador, estando inclusive sujeito à multa pelo lixo misturado; e à Prefeitura cabe a realização da coleta e a destinação adequada.
Orientação
Durante a semana, antes da coleta, funcionários da Prefeitura em conjunto com as estagiárias do CEEP vão verificar o lixo disposto para a coleta. Nos casos em que for constatado a mistura de materiais orgânicos com recicláveis será colado um aviso na sacola. O morador então deverá recolher seu resíduo, fazer a separação adequada e dispor novamente para coleta, estando sujeito à multa caso a situação persista. Faça a sua parte. Separe, ajude a cidade e contribua com o meio ambiente e as associações de catadores!