Mais de 200 mulheres participaram da cerimônia comemorativa ao Dia Internacional da Mulher nesta quarta-feira (8), em Quatro Barras. Com o plenário da Câmara Municipal lotado, o evento organizado pela Secretaria Municipal de Ação Social trouxe à discussão temas importantes como os direitos das mulheres e a igualdade de tratamento para todos, independente de raça, credo ou condição social.
Já na abertura, a primeira-dama e secretária Adriane Gomes Andreatta, deu as boas vindas às participantes, lembrando a importância da data para discutir os direitos das mulheres e incentivar uma participação cada vez mais ativa na sociedade.
A presidente da comissão provisória para criação do Conselho dos Direitos da Mulher, Cristiane Lemos, falou sobre a criação deste novo e pioneiro conselho, que está em formação. "Todo o trabalho será desenvolvido por voluntários, com foco não apenas na luta pelos direitos das mulheres, como também em capacitações, oficinas e na conscientização contra a violência. Será um movimento atuante", relatou. Um dos integrantes do conselho, o tenente da Polícia Militar Meira, também esteve presente.
O prefeito Angelo Andreatta (Lara) apoiou a iniciativa e disse que já acolheu a criação do conselho. Lara defendeu o movimento e a implantação de políticas públicas voltadas à mulher. "Este é um tema importante, quero que saibam que podem contar sempre conosco", disse o prefeito.
Direitos e igualdade de tratamento
À convite da Secretaria de Ação Social, a juíza diretora do Fórum da Comarca, Dra. Paula Priscila Candeo, ministrou a palestra "O Papel da Mulher na Sociedade do Século XXI". Em suas considerações, ela destacou a diferença histórica de tratamento entre homens e mulheres, mas também sinalizou que a discussão deve ser mais ampla.
"Hoje a discussão passa muito além do gênero, ela envolve raça, crença, condição social e deficiência. Trago isso para iniciarmos estes questionamentos", disse.
Dra. Paula afirmou que só em 2016 foram instaurados 233 procedimentos cautelares para aplicação de medidas protetivas em defesa de mulheres que sofreram violência em Quatro Barras e Campina Grande do Sul. Ela também citou outra estatística preocupante. Das 26 mulheres encaminhadas no ano passado ao Programa de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica, do Conselho da Comunidade, 19 desistiram do atendimento.
"Acredito que o conselho terá uma atuação muito importante, inclusive para identificar porque elas estão desistindo, se voltam para seus parceiros ou se estão sofrendo ameaças", ressaltou.
A juíza citou os tipos de violência mais comuns sofridos pelas mulheres e disse que é preciso ter coragem e denunciar. "É preciso que a mulher tenha voz, tenha coragem e conte o que está acontecendo. Que procure a Delegacia, o Ministério Público ou o Poder Judiciário. Temos que proporcionar os meios para que elas tenham coragem e recebam a proteção da lei", afirmou.
Já em suas considerações finais, ela reforçou a importância da igualdade entre todos. "Mais do que lutar por nossos direitos, devemos lutar pela igualdade de uma forma muito mais ampla, debater as leis e ampliar nossos questionamentos", disse.