CAPS comemora seus 7 anos com vernissage produzida pelos próprios pacientes

Para comemorar os 7 anos de existência do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Quatro Barras, foi realizada uma vernissage na última sexta-feira (25) com obras produzidas pelos próprios pacientes. O desafio foi lançado há cerca de dois meses pela equipe de profissionais do CAPS e surpreendeu.

Na mostra comemorativa, mais de 30 quadros foram expostos, pintados em madeira; além de mosaicos, peças de mobília confeccionadas de forma sustentável e inúmeros itens de artesanato feitos em patchwork, crochê e tricô. Além de revelar talentos, a mostra também provou os benefícios da arte para o tratamento dos pacientes.

"Vimos uma melhora significativa. Todos abraçaram a ideia, se envolveram e agora querem continuar", contou a coordenadora do CAPS e assistente social, Edi de Paula Santos. Ela conta que a adesão dos pacientes foi praticamente integral. Nos dois meses que antecederam a mostra, 35 deles produziram peças com técnicas que nunca haviam experimentado.

A moradora do Jardim Menino Deus, Maria José, de 41 anos, não fazia ideia do talento que possuía para a pintura. "A gente ocupa a mente, gostei demais. É uma renovação, me descobri nos pincéis", contou Maria, que agora vai iniciar um curso de artes e já vendeu alguns de seus quadros.

Envolvidas na mostra, Edi e as terapeutas ocupacionais Maria Cristina Mariotto e Eneli de Lara Reis acompanharam a evolução de cada paciente nas oficinas de trabalhos manuais. Elas também alertaram para o preconceito que ainda existe em relação ao atendimento no CAPS.

"Muitas pessoas ainda têm uma visão preconceituosa. O CAPS oferece tratamento para pacientes com esquizofrenia, bipolaridade, dependência de álcool ou drogas, depressão ou pessoas que passaram por stress pós traumático, uma situação a que qualquer pessoa está sujeita, como um acidente ou perda de ente querido", disse Edi.

A meta da equipe é investir na reinserção social dos pacientes. "O atendimento no CAPS é transitório, o foco é auxiliar na crise e na recuperação, mas a meta final é dar condições para que sigam suas vidas normalmente", concluiu a coordenadora. Ela e a equipe agradeceram à empresa Tecnoflex, que fez a doação das madeiras utilizadas na produção dos quadros.