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Alunos do Colégio Estadual André Andreatta plantam árvores no bosque Merhy

 

Publicado em: 05/05/2017 14:37

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A preocupação ambiental é uma pauta que não perde a atualidade. No Colégio Estadual André Andreatta é mais do apenas uma preocupação. Alunos e professor saíram da intenção para a ação e colocaram em prática o projeto Meu Ambiente – Clube da Árvore.  O trabalho dessa quarta-feira (3) foi realizado no Bosque Merhy, numa parceria público privada.
   
Há mais de um ano que o professor de português, Noel Moreira, ativista ambiental, deu início ao projeto Meu Ambiente - Clube da Árvore. Atualmente o projeto reúne 14 alunos. Eles fazem o trabalho desde a coleta de sementes silvestres, semeadura e o plantio em áreas degradadas. O local escolhido para o plantio das mudas foi o Bosque Mehry. Foram plantadas 20 mudas de araucária, e mais 35 frutíferas,  aroeiras, pitangueiras e piriquiteiras.
   
Atualmente o bosque tem árvores consideradas exóticas ou invasoras, como eucaliptos e pinus. Essas plantas, segundo o professor Noel, causam desequilíbrio ambiental e podem exterminar as espécies nativas. O Clube da Árvore quer recuperar as áreas verdes com plantas nativas no entorno do lago anexo ao bosque. “Recompor a mata ciliar é uma tarefa muito difícil que demanda dedicação e perseverança. Não é algo que acontece com mágica, são anos de espera até ver o resultado”, diz o professor.
   
Para o engenheiro florestal da secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Turismo do município, Ezequiel Zatoni Mocelin, esta ação desenvolvida pelos alunos é de suma relevância para as gerações futuras. “A iniciativa de projetos como o Meu Ambiente – Clube da Árvore é extremamente importante porque gera uma conscientização que certamente renderá frutos imediatos nessa geração e nas próximas. Eles estão, literalmente, plantando o futuro. O ambiente agradece”, diz o engenheiro.
   
Sobre a Portaria 176/2007 do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Ezequiel diz que é preciso ter cuidado para não incorrer em infrações. Ele explica que a portaria libera o corte dessas espécies exóticas sem licença ambiental  porém sempre é preciso que o órgão responsável seja comunicado. No caso específico a secretaria de Meio Ambiente e o IAP. “Não pode sair cortando os eucaliptos e pinus sem que haja a substituição por espécies nativas.  E o corte também deve obedecer regras de segurança que inclui a proteção de outras espécies que estejam no ambiente, além do descarte adequado dos resíduos”, disse.
   
Alanis de Souza Ferreira, 15 anos, estudante do 8° ano é a presidente do Clube da Árvore. Ela disse que se sente feliz por fazer parte do projeto. “Me sinto feliz por estar fazendo a minha parte por um mundo melhor. Se a gente não cuidar da nossa casa (planeta), quem irá? As árvores estão acabando. Se a gente não replantar teremos sérios problemas num futuro próximo”. Para Alanis, o projeto lhe trouxe algumas responsabilidades que vão além das questões ambientais. É ela que organiza os trabalhos do grupo.
   
Cauã Kotz, 11 anos, é aluno do 8° ano e voluntário no projeto desde a sua implantação. Para ele que pretende ser engenheiro florestal é um aprendizado especial. Cauã diz que ao invés de ficar jogando vídeo game prefere estar no meio do mato coletando sementes. “Numa vez que saímos com o professor Noel para coletar pinhão para fazer mudas de araucária, encontrei umas sementes que não conhecia.  Identificamos como Ingá. Plantei e já estou com várias mudas prontas para o plantio”, diz o menino com um indisfarçável brilho nos olhos.
   
Ele reflete um pouco e completa, “salvar o mundo começa na nossa casa, bairro, cidade. É aqui que podemos fazer a diferença”. Cauã conta que o interesse pelas questões ambientais começaram há algum tempo quando viu uma reportagem sobre a devastação das áreas do norte do Brasil. “Eu queria salvar o norte, mas descobri que aqui bem pertinho de mim tinha muito a fazer”, conclui o futuro engenheiro florestal.
   
Professor Noel Moreira é um entusiasta das boas práticas ambientais. Ele sentiu que poderia fazer mais do que usar o tema nas suas aulas de redação. Resolveu apresentar a idéia do Clube a um grupo de alunos. Com a adesão dos alunos  começaram a planejar as ações e as idéias tomaram forma.
   
Já são mais de duas mil mudas cultivadas. Ele explica que perde-se a metade das mudas que germinam porque eles usam o sistema “a pleno sol” (mudas produzidas ao sol desde a semeadura) para criar mudas mais resistentes. “Se usássemos estufa teríamos uma germinação melhor, mas perderíamos mais no campo. Nesse sistema criamos uma muda mais forte, capaz de sobreviver as intempéries no campo”, diz Noel.     O Clube se reúne uma vez por semana para planejar e executar o projeto. Noel usa a hora atividade para desenvolver as ações. “Levo meu trabalho para casa para poder dispor do meu horário atividade no projeto. É sacrificado, mas a recompensa é infinita”, sorri o professor.
   
O diretor, professor e vereador, Sandro Eleno Andreatta (Leno) apoia o projeto e coloca a “mão na terra”. “Dar o exemplo é a melhor maneira de ensinar. Só tenho que agradecer e parabenizar o esforço e a dedicação do professor Noel. Sem ele não seria possível”, disse Leno.
   
O vereador ainda pontuou que a iniciativa público privada sempre produz bons resultados. Ele disse que a ideia de plantar no Bosque Merhy foi prontamente abraçada pelo Wagner  Sbrissia, idealizador do empreendimento imobiliário que circunda o lago. “Quando falamos com o Wagner sobre a ideia do grupo Clube da Árvore ele imediatamente se prontificou a ajudar no que estivesse ao seu alcance. Essa é sem dúvida uma parceria que não acaba aqui”, enfatizou Leno. O professor ainda ressaltou que o projeto tem custo zero para o colégio e para o município.